98 Telinha e seus gatinhos: 04/01/2009 - 05/01/2009

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

30.4.09

conversa aqui em casa

- olha só, o náutico perdeu pro internacional.
- pois é. mas perdeu pro melhor time do torneio, o internacional vai ser campeão este ano.
- e tem diferença perder pro melhor ou pro lanterninha? perdeu, perdeu.
- não, que é isso, faz diferença sim.
- vc tá dizendo que faz diferença se a mulher trai o marido com o brad pitt ou com o zé da esquina? no fim da história, o cara é corno do mesmo jeito.
- ah, mas com o brad pitt... é com o brad pitt, né? com o zé da esquina é humilhante.
- sei, com o brad pitt o cara fica orgulhoso de ser corno. capaz até do chifre sair dourado. ou então do cara querer dar pro brad pitt também.


só tem alta filosofia nesta residência, num é? mas nem matando eu revelo quem disse o quê, hahahah

então eu tava lá no supermercado, fazendo compras, prestando atenção nos carrinhos alheios para que não batessem no meu pezinho (ui!) e levo um susto na seção de limpeza: tinha um moço vestido de smoking com uma bandeja prateada na mão. passei perto dele, pensando noutras coisas, e quase dei um pulo quando ele falou:

bom dia, madame, posso lhe servir um papel higiênico neve?

e eu: hã???

presta não, que susto que eu levei!

28.4.09

28 de abril. a minha vacina ainda não ficou pronta. agora, só mês que vem. ai, como sofro! :(

27.4.09

juntando o nome à pessoa



perpétua e jean-luc, dois grandes amigos :D

23.4.09

em tempo: Salve Jorge! :D

Oração a São Jorge

Eu andarei vestido e armado com as armas de São Jorge
para que meus inimigos tendo pés, não me alcancem;
tendo mãos, não me peguem;
tendo olhos não me vejam
e nem em pensamentos eles possam me fazer mal.

Armas de fogo o meu corpo não alcançarão,
facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar,
cordas e correntes se arrebentem sem o meu corpo amarrar.

Jesus Cristo me proteja e me defenda com o poder de sua santa e divina graça,
Virgem de Nazaré me cubra com o seu manto sagrado e divino,
protegendo-me em todas as minhas dores e aflições,
e Deus com sua Divina Misericórdia e grande poder
seja meu defensor contra as maldades e perseguições dos meus inimigos.

Glorioso São Jorge, em nome de Deus,
estenda-me o seu escudo e as suas poderosas armas,
defendendo-me com a sua força e com a sua grandeza,
e que debaixo das patas de seu fiel ginete
meus inimigos fiquem humildes e submissos a vós.

Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Divino Espírito Santo.
Amém



e eu peço, humildemente:
São Jorge, protetor dos inocentes, me ajude a matar os meus dragões...

eu sei que vou me expor a aborrecimentos, mas preciso dizer: não dá. não dá chico buarque escritor, desculpa. li estorvo a duras penas. folheei benjamim e budapeste. não passei da primeira página de leite derramado.

também era demais, né? ele ser aquilo tudo como compositor, ter os olhos mais lindos do mundo, torcer pelo fluminense... esse homem é um latifúndio! :D

20.4.09

você tinha blog no desembucha?

os arquivos estão aqui! iei! :D

não sei pq o pessoal do desembucha retornou para disponibilizar todos os arquivos de todos os blogs de lá, mas eles estão de parabéns! :D

ai, gentem, tou tão emocionada. pelo twitter, hello lolla manda avisar: depois de sete anos, o desembucha voltou dos mortos, trazendo os arquivos dos blogs perdidos!
a primeira versão do quarto da telinha foi lá!!!

e, para não correr o risco de perder meus arquivinhos de novo, salvei tudo aqui no micro e passo o link do desembucha para vocês!

16.4.09

alergia atacadíssima, contando os dias para tomar a primeira dose de vacina. depois de passar aqueles dias em paraty é que eu percebi o quanto eu tenho espirrado, tossido, sentido dor de sinusite. e o olfato, que voltou lá, sumiu de novo. consegui queimar uma fornada de bolinhos pq me distraí, não ouvi o timer e não senti o cheirinho de "tá pronto!" :(

mas eu não largo meus amores nunca. :D

10.4.09

eu devia ter tirado fotos da peixada. mas gente, como pensar em tirar foto quando aquilo tudo tava na minha frente? ai, deu saudade.

recife é, realmente, a gema do ovo de codorna. a bethS conhece minha irmã, meu ex-cunhado, meus ex-patrões...

o mundo é pequeno e ainda por cima ele gira...



a vista do quarto, em parati. dá para trazer isso tudo para cá? :D

bom, o que tem menos em parati é brasileiro. vi italianos, muitos italianos, turistas ou donos de sorveterias e restaurantes. tinha argentino também, pois eu vi muitos restaurantes no estilo "parrillada". no hotel tinha uma família francesa, com um menininho loiro de uns quatro, cinco anos no máximo, que apareceu descalço, descabelado e de pijaminha no café da manhã. eu quase roubei ele para mim, mas aí a maman dele falou o "bonjour" mais fofo do mundo, e eu mudei de idéia :D ouvi um ou outro falando em inglês e, claro, tinha que ter japonês na história.

mas no ônibus de volta para casa me apareceu um grupo de uns oito jovens portugueses, na casa dos 20 anos, e que fazia um barulho de responsa, ó pá. tinha duas criancinhas no ônibus, mas eles vieram justo atrás da gente e tinha hora que eu esquecia que eu tinha sido tão barulhenta quanto eles naquela idade.

paraty é a coisa mais linda do mundo com o calçamento mais assassino ever. apesar dos meus inúmeros cuidados, como andar feito bêba me agarrando nas paredes, levei um baque bonito, com direito a um moleque francês rindo de mim. pelo menos disfarçou, o peste. eu levantei na hora e fiz que não era comigo, e fui mancando pro hotel.

o hotel é outra coisa... gente, que lugar lindo. a varanda abre pro cais. então eu via o mar entrando na cidade, a lua, o sol, os coqueiros (há dúvidas se eram coqueiros, não tinham cocos) e os barcos e os cachorros de rua e os bem-te-vis (gente, paraty deve ser a capital mundial do bem-te-vi)

não passeamos de barco. deixamos como a saideira antes de voltar para casa e o dia amanheceu chovendo, chovendo... só abriu perto do meio dia e nosso ônibus era uma e vinte da tarde. que saco, vamos ter que voltar depois ;)

comemos muito e bem. muito peixe. gente, comemos peixe todos os dias. a melhor peixada ever, desde as que minha mãe fazia (deixou de fazer, ficou velhinha), feita com cavala, que é peixe bom, de posta grossa, branquinho e saboroso. comi pirão como se não houvesse amanhã.

eu e amado marido tiramos muitas fotos, só que as dele são artísticas (uma bicicleta encostada num muro cheio de limo, as pedras do calçamento, os pássaros em cima de uma árvore) e as minhas são simplinhas mesmo (a igrejinha, a gente, os barcos, o coqueiro, o abacaxi de metal que enfeitava a varanda do nosso quarto virou uma obsessão: abacaxi de dia, de tarde, ao luar... amado marido disse que se sentia o bob esponja)

foi tudo muito bom e muito lindo. estou com saudades de lá, do silêncio, da comida boa e de não ter que arrumar nada nem espremer meu suco de laranja. engraçado que não senti falta da internet, mas juro que jamais ficarei em hotel sem tv a cabo de novo. só pegava a band, um canal educativo e duas versões da globo, uma do rio e outra de são paulo. o resto era só chuvisco.

no segundo dia em paraty, meu nariz voltou a funcionar. senti o cheiro do mar, o sabor da comida. e o cheiro forte das pedras do calçamento, impregnadas de mar mesmo quando estão secas. agora que voltei, já recomecei a espirrar e o nariz tampou. mas estou feliz, meus gatinhos estão bem, saudáveis e maluquinhos, felizes porque nós voltamos.

recomendo imensamente o restaurante santa rita, do lado da igreja de santa rita. comida boa, muito boa, caseira, farta, temperadinha, hm, que saudadade. e o preço? nussa, indecente de tão bom.

as lojas de artesanato são muito parecidas, mas há duas, mais caras e maiores, que trazem peças do brasil todo, que me deixaram popotizada. se eu entrasse nessas lojas com dinheiro, o povo ia precisar renovar o estoque :D

tenho mais histórias para contar, é claro, mas eu vou contando. as fotos tão lá no meu flickr.

9.4.09

chegamos agorinha mesmo de paraty. dias lindos, fotos lindas, quero mais nada nessa vida :D

5.4.09

that´s just the way I am









4.4.09

that´s the way i like it









então, né. senta que lá vem a história.

ontem de noite, por volta das oito e meia, eu tava aqui, amado marido chegou do trabalho, a gente papeou, ele tomou banho, a gente jantou, ele foi pro quarto ver tv e eu fiquei vendo novela na sala, a novela acabou, fiquei na inércia vendo big brother, coisa que nunca faço.

era mais de dez da noite quando comecei a ouvir baixinho "éu, éu, éu"

isso é gato. fui contar, um dois três quatro, CADÊ BIJOUX?

abri quarto, banheiro, guarda-roupa, até nas panelas fui olhar. e aí, por uma intuição qualquer, abri a porta da rua.

ela entrou em casa. eu olhei sem acreditar. ela tava do lado de fora. do lado mau do mundo. do lado perigoso do mundo. o lado onde ela não pode ir nunca sem mim.

bijoux passou duas horas, duas horas e meia trancada no hall do elevador. sozinha. no escuro.

se tivesse chegado alguém depois de amado marido e aberto a porta que dá para a escada baubau, a gente só ia sentir falta de manhã.

se eu tivesse ficado no quarto vendo série com o ele, baubau, a gente só ia sentir falta de manhã

ela saiu quando ele entrou e ele não viu. do mesmo jeito que ela saiu quando ele saiu e ele não viu.

agarrei ela, foda-se a alergia. dei papá. dei água. ainda tremendo, falei com amado marido. ele "calma, tela." "ela saiu quando vc botou o lixo fora." o lixo tá aí, eu não tirei o lixo. ela saiu quando vc entrou, criatura. "não é possível." é. ela saiu. passou mais de duas horas do lado de fora. e só por milagre não aconteceu uma merda imensa.

eu fiquei muito assustada. ele ficou calado.

eu estou agradecida porque nada aconteceu, mas muito preocupada. agora eu tenho que tomar muito mais cuidado do que eu tomo normalmente. e a bijoux tá aí, nem um pingo de preocupação, arrependimento, não aprendeu nada. gatinha burra e inconseqüente, um dia me mata do coração.

1.4.09

e quando eu já ia pegando meu banquinho e saindo de mansinho, conheci um padre que me falou que eu não estou sozinha.

nas palavras de tracy chapman,
"Don't you know
They're talkin' about a revolution
It sounds like whispers..."

hm, essa história ainda vai longe.

titia batata fala melhor do que eu sobre o mesmo assunto do post abaixo.

hoje, lendo estas declarações do arcebispo de são paulo, cardeal Dom Odilo Schrer, à folha de são paulo, eu tive um insigh doloroso. eu sou católica porque fui condicionada a ser católica.

DOM ODILO SCHERER

"É bonita, é bonita, é bonita"

O arcebispo de São Paulo, cardeal dom Odilo Scherer, foi uma das estrelas da homenagem aos 39 anos de atividade do rabino Henry Sobel, realizada anteontem na Sala São Paulo.
A coluna falou com ele na saída do evento, encerrado com Zizi Possi cantando "O Que É, O Que É", de Gonzaguinha, aquela do refrão "É bonita, é bonita e é bonita".


FOLHA - O que o senhor achou da condenação do arcebispo de Olinda e Recife, dom José Cardoso Sobrinho, ao aborto da menina estuprada pelo padrasto em PE?
DOM ODILO SCHERER - Vamos comentar só coisas bonitas. A vida é bonita, é bonita, é bonita.

FOLHA - As notícias sobre abuso contra crianças estão se tornando quase diárias.
DOM ODILO - A igreja está fazendo a Campanha da Fraternidade deste ano contra toda forma de violência. Denunciando a violência contra a criança, contra a mulher. Toda violência é aviltante.

FOLHA - O aumento desses abusos não poderia fazer a igreja repensar sua posição sobre o aborto nesses casos?
DOM ODILO - É bonita, é bonita, é bonita.

FOLHA - E a excomunhão dos envolvidos no aborto?
DOM ODILO - A vida é bonita, a vida é bonita.


é assim que se reage? é essa a postura de um cardeal quando ouve perguntas que não são agradáveis? é assim que age um líder, ignorando, fazendo pouco de perguntas graves? se não era o local adequado, caro arcebispo, usasse da frase "nada a declarar" e se poupasse desse vexame.

uma amiga vai ter um bebê e me chamou para madrinha. estou emocionada e feliz com o meu papel na vida da criança. mas para ser madrinha eu preciso jurar que farei coisas com coisas com as quais eu não concordo. e, olhando seriamente as minhas convicções, a pessoa que eu sou, compreendo que nunca concordei.

eu estou confusa e revoltada. porque essa religião não me serve mais. eu não acredito na infalibilidade papal. eu não aceito a falta de solidariedade dos líderes. eu tenho nojo da hipocrisia reinante. são católicos, são papas, bispos, cardeais, padres, o que for, têm títulos e podem recitar o códico canônico em latim, mas não são cristãos. sem amor, como disse são paulo, eles nada são.

e, ao mesmo tempo, eu me enterneço com nossa senhora e são francisco de assis. eu respeito dom helder câmara e, com as devidas ressalvas ao apoio à linha conservadora do vaticano, quero bem ao papa joão paulo segundo. eu reconheço o papel importantíssimo da pastoral da criança.
minhas referências são essas: pedir a bênção aos meus pais, rezar o santo-anjo. pedir ajuda aos santos. fazer o sinal da cruz ao passar por uma igreja.
mas o papa ratzinger já disse, o catolicismo não é um buffet que a pessoa escolhe o que mais lhe agrada.

e não me agrada fazer parte de uma instituição milenar que não conhece o princípio básico de que "muito ajuda quem não atrapalha". não consigo conter a minha indignação ao ver um papa, um papa ciente e orgulhoso do poder que tem, negar fatos científicos e diz que o uso do preservativo ajuda a disseminar a aids. há alguns séculos, outro papa, tão orgulhoso e tão ciente do poder que tinha quanto seu colega, dizia que a terra era o centro do universo e quase manda galileu pro beleléu. e se passaram séculos para que outro papa, esse mais humilde, admitisse alguns erros da santa madre igreja.

acredito que o geocentrismo ficou encruado na mentalidade da instituição. o universo precisa girar em torno do vaticano. e se não girar, bem, o universo é feito de pecado e vai para o inferno.

acho que a sensação que eu sinto, essa revolta, esse olhar já distante e paradoxalmente saudoso, é o que os fumantes devem sentir quando param de fumar. largam uma coisa que é boa, mas que é ruim, mas que é boa.

depois de tanto ouvir o clichê de que a religião é o ópio do povo, descubro que o catolicismo é minha nicotina. e olha que eu não fumo.

como já dizem os versos de cântico negro, de josé régio,

"Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
Sei que não vou por aí!"