98 Telinha e seus gatinhos: 09/01/2001 - 10/01/2001

no dia que eu me zangar
mato voce de carinho

Ze´ Limeira

30.9.01

Nota felina

Vamos aumentar a família de gatos aqui em casa. Atum ganhará uma companheira em breve.

Já fui alertada das desvantagens: vai ter muito xixi de gato perfumando o ambiente, nós, humanos, seremos relegados a segundo plano, serão dois gatos para subir na cama de madrugada e acabar me acordando, e, acima de tud, será necessário manter vigilância de tia velha sobre Atum, pois a gata virá novinha para cá e não poderá ter intimidades com ele.

As vantagens? Filhotes, poder viajar sem pensar que o Atum tá solitário, muita folia qdo chegar a nova moradora, dois gatos para tirar foto e achar liiiindo...

Aceito sugestões para o nome dela!

Domingo de tarde.
Eu costumava odiar os domingos de tarde, muito mais que as famigeradas noites de domingo.
Hoje não! Tou com Fred aqui do lado, jogando Tropico (novo vício, depois dos Sims), atum dormindo no tapetinho e os sagüis na árvore do prédio vizinho. Meu mundo tá em paz.

Nota F1

Pobrezinho do baby Eduardo Barrichello. Uma semana de vida e já vê o papai perdendo uma corrida por abandono...

29.9.01

O mundo gira e a lusitana roda e tudo fica mais ou menos na mesma

Esta música está no primeiro disco solo de Sting, "The Dream of Blue Turtles". Acho que é de 85, 86, e, infelizmente, é só mudar umas palavras que está perigosamente atual...

RUSSIANS

In Europe and America, there's a growing feeling of histeria
Conditioned to respond to all the threats
In the rhetorical speeches of the soviets
Mr Krushchev said "we will bury you"
I don't subscribe this point of view
It would be such an ignorant thing to do
If the russians love their children too

How can I save my little boy form Oppenheimer's deadly toy
There is no monopoly of common sense
On either side of the political fence
We share the same biology, regardless of ideology
Believe me when I say to you
I hope the russians love their children too

There is no historical precedent
To put words in the mouth of the president
There's no such things as a winnable war
It's a lie we don't believe anymore
Mr. Reagan says "we will protect you"
I don't subscribe to this point of view
Believe me when I say to you
I hope the russians love their children too

We share the same biology
Regardless of ideology
What might save us - me and you
Is that the russians love their children too


Traduzindo livremente e adaptando para os dias de hoje, ao invés de russos ele cantaria para os talibãs

Há um sentimento crescente de histeria na Europa e na América
Estamo condicionados a responder todas as provocações
Dos discursos e da retórica dos talibãs
Osama Bin Laden diz "Nós vamos enterrar vocês"
Eu não concordo com esse ponto de vista
Seria uma coisa ignorante a fazer
Se os talibãs também amam suas crianças

Como eu posso salvar o meu filhinho do brinquedo mortal que o Oppenheimer criou? **
Não há um monopólio do bom senso
Em nenhum dos lados desta cerca política
Nós temos a mesma biologia, não importa a ideologia
Acredite quando eu disser a você,
Eu espero que os talibãs também amem suas crianças

Não há nenhum precedente histórico
Para o presidente poder citar
Não existe a possibilidade de uma guerra nuclear ser ganha por nenhum dos lados
É uma mentira, e nós nunca mais vamos acreditar nisso
George W Bush diz "Nós vamos proteger vocês"
Eu não acredito no que ele diz
Acredite em mim quando eu digo a você
Eu espero que os talibãs também amem as suas crianças

Nós temos a mesma biologia, não importa a ideologia
O que pode salvar a mim e a você
É que os talibãs também amam as suas crianças


** Oppenheimer é o cientista alemão, radicado nos EUA, que criou a bomba atômica

Planos para daqui a alguns anos

Ultimamente tenho pensado em colocar o nome da minha futura filha de Janaína, para chamar de Nina.
Desbanco, assim, uma preferência de uns 10 anos para chamá-la de Lygia ou Laura .

Eu não pretendo ter filhos logo, preciso primeiro de um bom emprego, para comprar todas as besteirinhas que eu sei q o meu coração presenteador vai querer dar, preciso que Fred tb queira um baby, claro, e que minhas sobrinhas estejam por perto para retribuirem (cuidando da neném) todas as fraldas que eu troquei delas, hahahah....

O q? se vier um garotão? Pedro, claro.
Sempre achei esse nome lindo, mas teve um tempo que eu tb achava lindo o nome do meu avô e jurei que ia colocar o nome dele no meu filho. Ficaria então João Buarque de Queiroz Bisneto. Depois pensei no ridículo que o pobre ia passar na escola e mudei de idéia. Vc já deve ter visto uns três mil Netos na vida, mas Bisneto é dose.

Já meu pai, que morreu sem ter filho homem, queria que eu colocasse Geraldo, que era o nome dele. Desculpa, painho, mas não vai dar não.

Mas esses nomes ainda estão sujeitos a negociação com Fred. Óbvio.

Qdo eu começo a ter fé que o kazaa vai terminar de baixar uma música rapidinho, pluft. cai a conexão. E tome hoooras de novo.
Não tem problema, uma vez q eu adoro ficar aqui. E a minha lista de mp3 está muito divertida... de harry belafonte a gorillaz, passando por elvis (jovem), frank sinatra, dido, rem e menudo...
Menudo, sim, e daí? Tem gente que se espanta, tem gente que fica indignado, tem gente q se identifica - né, gil? ;)
Qdo eu baixei if you're not here devo ter assustado os vizinhos do quarteirão todo! Berrava a letra, agarrada num travesseiro, volvendo a los 16... Atum ficou traumatizado, coitado. Só apareceu de noite, ressabiado, e à custa de muito presunto.

Coisas ditas nesta casa:

1) O pimentão tocou.
2) Aquilo é uma freira ou um ninja?
3) Como assim? Como assim, como assim? Como assim, como assim, como assim? Como assim, etc, até não agüentar repetir mais.

Para dar inveja: programação dos próximos dias

- passar a tarde toda na exposição de Surrealismo no CCBB - Deixei passar um tempo para ir lá pq as filas estavam surreais. :)
(levar a câmera digital que eles deixam tirar foto com ela sem problema)
Depois, tomar chá da tarde na Confeitaria Colombo.

- sendo breve: Festival de Cinema do Rio

- ehêeeeeeeeeeeee! Free Jazz!!!!!! Bora ver Belle and Sebastian!

- Férias de Fred! Sumpaulo, Liberdade, Devir, meudeusdocéu, é nessa que a credicard cancela meu cartão! E ainda tem a exposição Egito dos Faraós no MASP.
E tem mais... possibilidades de Foz do Iguaçu, q Fred já foi e achou mágico. Diz que o ar é diferende, feito em Niagara Falls, devido às quedas d'água e a ionização que fica flutuando... se for isso tudo, juro que conto aqui.

Frase do dia, da Cathy: "Sapatos são chocolates para os pés"
ê, mulé exagerada!

Notas televisivas

Warner, please, please, please!!!!!!! Compre as novas temporadas de Mission Hill e Baby Blues!
Baby Blues ainda dá para acompanhar pelas tirinhas de jornal, mas na tv a Zoé é um bebezinho e no jornal ela já tem 4 anos e um irmãozinho, o Zezé... e o Rodney não aparece! Eu amo o Rodney!

Gafe da Warner: anunciando a mudança de Friends para esse canal e falando da nova temporada, o locutor estraga tudo... "Vc vai saber quem é o bebê da Rachel". Primeiro, entrega q é a Rachel que tá grávida (embora o episódio final da temporada anterior desse essa idéia) e depois engole uma palavra: não era para ser "vc vai saber quem é o pai do bebê da Rachel"?

Basta começar Absolutely Fabulous que a macaquice de auditório rola solta no Largo dos Leões. Edina e Patsy rules!
Fred disse que eu pareço a Saffron: quieta, cabelo preso, lendo muito e tirando boas notas... é, pode até ser, mas eu não sou chata feito ela!!!

GNT, GNT, GNT, eu amo você!
Tava vendo Mãe & Cia sobre depressão pós parto... esse programa me fez um bem! Sabe pq? É que minha mãe teve depressão pós parto quando eu nasci e desde que eu soube disso, fiquei me sentindo culpada... e, devido ao programa, agora eu não me sinto mais assim, oba! Eu era só um bebê, e bebês são seres inocentes...

28.9.01

Pequena ambição:
Encontrar o Quarto da Telinha entre os 10 blogs citados na home page do Blogger

Nota veterinária:

Gato drogado em casa!
Pois é! Para fazer o Atum se acostumar com o arranha gato novo e deixar em paz o sofá e o móvel da tv, comprei erva-de-gato (catnip).
Menino, que coisa de efeito rápido! Esfreguei a erva no arranha gato e atum veio todo pimpão brincar com o objeto que era alvo de sua completa indiferença!
Mas como não há bem que sempre dure nem mal que nunca se acabe, o efeito da catnip acabou antes que eu pudesse tirar fotos dele se desmanchando em cabeçadas, ronronadas e esfregadas... Mas pelamãedoguarda, esse gato tem que usar esse troço, ao invés de ficar afiando as unhas nas caixas de pizza que ficam na área de serviço esperando a hora do lixo ser recolhido...

Prometo a vcs: qdo eu aprender a colocar foto neste blog, vcs vão ver q Atum é o gato mais lindo do mundo.

Nota automobilística

Domingo tem corrida e tem também a nova tradição da casa: ver corrida de f1 comendo pastel.
É isso mesmo, crianças: antes da corrida começar, fazemos os pastéis (uns normais e outros nem tto: fred já fez um especial só de azeitonas) e eu frito. Na largada, tá na mesa aquela insanidade de pastéis (sempre sobra muito) e a gente vai assistindo, comendo, comentando performances e sabores. E Atum rondando querendo pedacinhos de carne. É, admito, estraguei o gato :)

coisas que só acontecem no largo dos leões...

Nota cirúrgica

Expe: cirurgia na vesícula é simples, eu já fiz em 94 ou 95. e depois vc fica com as pedrinhas e guarda numa caixinha (as minhas eu perdi) e assusta pessoas mais "sensíveis".
O bom é ser paparicado. Enfia o pé na jaca que vc tá podendo. E faz cara de coitadinho durante os 15 dias da licença.

Adendo: como se perdem pedras de vesícula?
Acho que foi no pós-operatório: eu vi as pedrinhas (pequenas e muitas; dava para fazer um colar) e depois não vi mais. Então, esqueci.

arrependimento do dia

ter dado minha coleção de calvin & haroldo para aninha.

não por ser para ela, mas por ter me separado do que foi tão bom juntar.

né por nada não, mas como eu tenho encontrado blog de gente de recife nessa internet! E óia que é por acaso!
nadanão... saudade faz dessas coisas...

Nessa minha mania de abrir um blog alheio, ler, ir para um outro blog indicado e assim por diante, encontrei um que parecia MUITO com uma pessoa que não vejo há séculos. E nessa de achar que era esse certo alguém, fui encontrando coincidências inacreditáveis, para no fim do blog descobrir, abismada, que não era quem eu estava pensando.

Ou seja: inconsciente quando quer nos iludir, cria asa.

E acabei achando bom que fosse uma pessoa desconhecida. Mexer no que tá parado é altamente explosivo.

Sonhei que tinha morrido e a morte me levava para encontrar com Deus, numa praia. Ele era um menino de uns cinco anos, que parecia muito com qualquer criança dessa idade.
Lembro que meu dedo doía devido a um corte infeccionado, e eu me espantava. Se eu tava morta, como que poderia estar com o dedo latejando? A morte ria (não era aquela figura de capa e caveira não, nem a morte de Sandman) e dizia que era assim mesmo, não é pq eu morri que meu dedo ia sarar. Então, eu pegava uma agulha, esterelizava no fogo e levantava a pele do machucado e limpava o pus. E o dedo parava de doer.
Mas não lembro de nenhuma fogueira na praia, e Deus queria pescar.
Depois eu ia num carro com amigos que também tinham morrido passeando por uma cidade qualquer, mistura de rio e recife (conde da boa vista com aterro do flamengo?!) onde eu via, misturados, mortos e vivos, alguns me viam, outros não. Havia tb uns fantasmas que eram só a cara flutuando.
Quando eu perguntava da minha família, diziam que era melhor que eu não visse ninguém. Mas em um lugar havia um memorial para mim, não sei o quê Telinha, com flores, muita gente, nossa, será que eu morri e fiquei famosa?

27.9.01

Pode parecer anacrônico, mas vou sair para colocar uma carta no correio. É para Maria Clara e vai com presentinhos para ela e para Aninha. É pouquinho, mas vai carregada de amor.

Carta no correio! :) Adoro receber cartas, com a exceção óbvia para contas de cartão de crédito e de telefone. Por mim, elas poderiam sumir para sempre!

Nota fúnebre televisiva

Morreu o Avancini. Só o cara que fez Grande Sertão, Veredas. Só quem ganhou um Emmy por Morte e Vida Severina. Quem dirigiu Gabriela e outras novelas de rara beleza.
Sem ele, mais do que nunca, a gente fica à mercê de gente como o Ratinho, o Gugu e o Faustão, que não acrescentam literalmente nada à qualidade que temos todo o direito de ter na televisão.

Quer saber de uma coisa? Tou não. Se me faz feliz nunca é pouquinho. Então me faz feliz ter e-mail, ver arco-íris, ouvir sapinho coaxando, bolha de sabão, beijo na boca, filme com final feliz, receber flor, receber carta, mensagem na secretária eletrônica, ver fred dormir, ver fred acordar, pentear o gato, comer coisa gostosa, fazer jantar a quatro mãos, ler gibi com naísa em sábado à tarde (faz tempo mas não esqueço), conversar miolo de pote, pentear o cabelo de maria clara, mostrar foto antiga para aninha, lembrar do meu pai, lembrar da minha avó (minha filha, não se deite que você comeu cozido), ter saudade da ana lúcia que sumiu faz é tempo, fred chegar cedo, as férias que estão chegando e prometem pequenas viagens, ler o blog da NaTynha, conversar com Guga, Expe e Gil sobre tudo no mundo e mais um pouco, sorvete hagen daaz de cookies & cream, meus livros me deixam feliz, meu micro me deixa feliz e se tem uma coisa que me abusa é que ninguém é perfeito!

Não sei se eu estou nivelando por baixo a minha felicidade, mas uma das coisas que me faz abrir um sorriso é ouvir o uol dizendo "tem mensagem para você"...

Nota botânica fúnebre:

Ontem eu vi quatro cogumelinhos que nasceram no meu vasinho de pimenteira. Achei lindo, ia comentar aqui, mas esqueci. Ontem de noite eles abriram os chapeuzinhos, estavam uma graça... E hoje de manhã, pluft... todos mortos... esturricados!

Claro que eu coloquei água na planta, fiz isso ontem de tarde! Por favor, quem souber do ciclo de vida de cogumelinhos branquinhos e miúdos me diga se é normal eles viverem pouco mais de 24 horas...

Mais um crássico!


Minhas aventuras com a fita de limpeza profunda de poros

O que é o poder da propaganda: vi na tv o anúncio de uma revolucionária fita para limpeza profunda de pele. Aí olhei no espelho, achei que meus poros ficariam mais bonitos e saudáveis se eu usasse a tal fita. Comprei a dita-cuja e hoje resolvi usar.

Li as instruções direitinho: molhe a pele, aplique a fita especialmente desenvolvida para remover impurezas do seu nariz, espere 10 a 15 minutos e retire de-li-ca-da-men-te.

Quando abri a fita, tinha um plástico nela. Ninguém falou de plásticos, mas tudo bem, vai assim mesmo. Eu já estava na chuva, era para me molhar. Imagine uma fita branca coberta com celofane transparente ficando melequenta por causa da água "que ativa os ingredientes especiais" tentando aderir ao seu nariz e a imensa sensação de ridículo ao se olhar no espelho. Depois de alguns segundos a dúvida de que havia feito burrada se transformou em certeza total, literalmente na minha cara.

Tentei tirar o plástico e a fita veio junto. Acabei descobrindo na bula da fita (e onde estava essa bula que eu não vi antes?) que o plástico deveria ter sido retirado antes da fita ser aplicada com as mãos limpas e secas. Agora parecia que um marshmallow havia sido esfregado no meu nariz, mas aí a fita começou a secar, o que iria deixar imediatamente meus poros limpos e minha pele maravilhosa. Só que tem um detalhe: a fita endurece quando seca, e repuxa. E, se você usa óculos, não use óculos junto com a fita! descobri isso da pior maneira possível, mas a fita sai mais fácil dos óculos que da pele.

Quando fui tirar a fita, delicadamente como a minha pele merece, parecia que a Tiazinha estava depilando o meu nariz, por mais absurda que esta comparação possa parecer! Bem, após esse incidente, não sei o estado dos meus poros. O meu nariz está vermelho demais para ver se ficou alguma sujeira. E, se houver, ela deve estar disfarçada por partículas da fita, que ficaram muito apegadas a mim.

That's all, folks.

26.9.01

Nota anciã

Ensinamento de vovó Arlinda sobre produtos e serviços: "O que é ruim, fale para os outros, o que é bom, guarde para você"

Hoje estou para dividir belezas. Este texto é um dos meus bens mais preciosos. Eu gostaria de ser essa inspiração, é sonho, é para ler mil vezes, sempre fico emocionada e orgulhosa dessa sensação. Caio Fernando Abreu, que anjo te soprou estas palavras antes de te levar com ele para um canteiro de rosas no céu de Porto Alegre?

Carta anônima

Para se ler ao som de Melodia Sentimental, de Villa-Lobos cantada por Olívia Byington


Tenho trabalhado tanto, mas penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim clack! e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansado, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam clack! de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis. Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não: acho que a ilha mora num caquinho só dela. Noutro, um punhal de jade. Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas que são bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.

Daí penso coisas bobas quando, sentado na janela do ônibus, depois de trabalhar o dia inteiro, encosto a cabeça na vidraça, deixo a paisagem correr, e penso demais em você. Quando não encontro lugar para sentar, o que é mais freqüente, e me deixava irritado, descobri um jeito engraçado de, mesmo assim, continuar pensando em você. Me seguro naquela barra de ferro, olho através das janelas que, nessa posição, só deixam ver metade do corpo das pessoas pelas calçadas, e procuro nos pés daquelas aqueles que poderiam ser os seus. (A teus pés, lembro.). E fico tão embalado que chego a me curvar, certo que são mesmo os seus pés parados em alguma parada, alguma esquina. Nunca vejo você - seria, seriam? Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta o meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você. Digo eu também, mas não sei o que falamos em seguida porque ficamos meio encabulados, a gente tem muito pudor de parecer ridículos melosos piegas bregas românticos pueris banais. Mas no que eu penso, penso também que somos meio tudo isso, não tem jeito, é tudo que vamos dizendo, quando falamos no meu pensamento, é frágil como a voz de Olívia Byington cantando Villa-Lobos, mais perto de Mozart que de Wagner, mais Chagal que Van Gogh, mais Jarmush que Win Wenders, mais Cecília Meireles que Nelson Rodrigues.

Tenho trabalhado tanto, por isso mesmo talvez ando pensando assim em você. Brotam espaços azuis quando penso. No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tolo, meio melodramático, e penso então tule nuvem castelo seda perfume brisa turquesa vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca minha mão, eu toco na sua.

Demora tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície ressaltadas contra a areia branca do fundo. Aqualouco, encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito, e se estou em pé no ônibus solto um pouco as mãos daquela barra de ferro para meu corpo balançar como se estivesse a bordo de um navio ou de você. Fecho os olhos, faz tanto bem, você não sabe. Suspiro tanto quando penso em você, chorar só choro às vezes, e é tão freqüente. Caminho mais devagar, certo que na próxima esquina, quem sabe. Não tenho tido muito tempo ultimamente, mas penso tanto em você que na hora de dormir vezemquando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito repito em voz baixa te amo tanto dorme com os anjos. Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos. Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. Clack! como se fosse verdade, um beijo.



Caio Fernando Abreu
O Estado de S. Paulo, 16/03/88
Pequenas epifanias


Nota autocrítica

Eu sei que o nome Quarto da Telinha não é nem um pouco mercadológico, mas fazer o q se eu adoro este nome?

É q tenho visto cada blog que me mata de inveja - da boa - e me mata de vergonha por não saber nem soletrar html...


(Eu já disse essa frase sobre html algumas vezes, se isso virar moda fui eu que disse primeiro!)

Nota gastronômica:

Vou usar os métodos mais escusos para conseguir a receita do patê de cebola que fred faz.
Vale a pena esperar e lamber os beiços depois.


Nota Gastronômica Básica:
Sempre tenha uma champanhe gelando, nem que seja Georges Aubert.

vou gritar para todo mundo ler: FRED É A COISA MAIS LINDA DA MINHA VIDA!

quer saber pq, enxirido?

usei um colar q não usava faz tempo e ele notou.

é dessas delicadezas que derretem meu pobre coração.

Nota Naftalínica:

Não posso assistir A Gata Comeu, no Vale a Pena Ver de Novo, da Globo.
Putz, eu acompanhei a novela qdo era adolescente.
É difícil ouvir "Crazy For You" e "Heaven" uns 15 anos depois e lembrar, com clareza, de quando eram músicas novas e tocavam nas festinhas que eu ia - poucas festinhas, pq meu pai não me deixava botar o nariz na rua.
E eu ainda lembro do último capítulo da novela, mas não há força no mundo que me faça lembrar de fórmulas de física ou tabelas periódicas...

Nota botânica:

Comprei três violetas (branca, roxa e carmim) e uma prímula rosa. A prímula é por causa de Clara que é minha sobrínhula. Ela gostou da prímula quando veio aqui no rio e eu não tive grana para comprar na hora. (besteira, a bichinha só custou 8 reau)
Fica em homenagem, então. Me lembre de comprar um vasinho de barro, pq ela veio num vasinho de plástico branco muito feio.
As violetas estão na varandinha, junto do pé de pimenta que resiste bravamente há quase um ano.
Audrey, a begônia, já foi para o céu das plantas faz tempo, a Rainha não sei das quantas que ganhei de natal tb já foi para o andar de cima, e além disso precisei jogar fora uma bonitinha que parece de plástico com florzinhas vermelhas, sabe qual é, né? Pois é, deu fungo nela. E as avencas não estão passando muito bem, parecem o Cebolinha, só cinco galhinhos verdes...

Nota fúnebre:

O desembucha.com desceu pelo ralo.
Nossa, fiz bem em seguir o conselho do Expe e me mandar para cá.
(conselho do Expe e da Cora Rónai...)

Bão, deu pau aqui no micro e perdi a msg que eu tava escrevendo. Vou tentar escrever de novo o que eu - tão inspirada - tava dizendo sobre a música mais linda do mundo.

Isso mesmo. Eu descobri a música mais linda do mundo, e duvideodó que você conheça uma mais bonita.
É a versão de Somewhere over the rainbow/what a wonderful world, cantada por um havaiano de nome estranho, Israel Kamakawiwo’Ole.

Eu descobri essa música através da coluna do Sergio Davila, do UOL, e a minha curiosidade apontou o (finado) napster para ela. Então, qdo vc acabar de ler isto aqui, conecte seu morpheus, seu kazaa, seu sinal de fumaça e vá ouvir a música que eu queria ter tido como canção de ninar desde que nasci até hoje.


POP POP POP - Sergio Davila

Um Havaí que não é só Don Ho, surfe e Elvis

Ouvi pela primeira vez como trilha sonora de um comercial de uma pontocom qualquer, na TV americana. Um dedilhado suave em algo que parecia um bandolim, mas um pouco mais estridente. E uma voz suave, suave, meio melancólica, que faz quase um uivo, sem letra, sem nada.

Todas as vezes que as primeiras cenas da propaganda apareciam, o som era aumentado. O filme finalmente saiu do ar, e a música desapareceu. Até que estreou nos cinemas daqui, na semana passada, o fraco "Finding Forrester".

Dirigido pelo mesmo Gus Van Sant de "Gênio Indomável", mostra Sean Connery como um escritor recluso obviamente inspirado em J.D. Salinger que resolve adotar um jovem negro do Bronx (o novato Robert Brown) e ensinar seu ofício a ele. É lacrimoso, algo apelativo e repete a trama de "Gênio"...

No meio do filme, porém, como música incidental, a mesma voz suave e melancólica e o dedilhado inconfundível. Suspense. No final, durante os créditos, a música aparece completa, pela primeira vez. Depois do uivado, vem a letra: "Somewhere, over the rainbow, way up high/there’s a land that I heard of once in a lullaby".

O lamento é a introdução para uma gravação muito particular de "Somewhere Over The Rainbow", do filme "O Mágico de Oz". O autor é um músico havaiano que merece que você o descubra. Chama-se Israel Kamakawiwo’Ole, parece um primo não muito distante do Jabba The Hut, do filme "Star Wars", e já chegou a pesar 318 quilos.

Ele começou na década de 70 no Makaha Sons of Ni’ Ihau. Seu primeiro CD é de 1990, "Ka’ Ano’ I". Depois vieram mais dois, "Facing Future" e "E Ala E" . O último é de 1995, "n Dis Life". IZ, ou "Brudda IZ" (irmão IZ) , era seu apelido: Israel morreu em 1997, aos 38 anos, em decorrência de problemas ligados a seu excesso de peso.

Além de cantar e compor, IZ tocava ukelele, instrumento que é parente distante do bandolim e bisneto do português braguinha, que chegou às ilhas em 1879. O músico gigante fazia uma fusion da música tradicional de sua terra com ritmos pop, como o reggae, no que chamava de "jawaiaan". Escrevia numa língua própria, que misturava o inglês com a pronúncia havaiana. No último disco, registrava: "Dis music is feelings dat goin’ last fo’eva and dat all generationz to come can fall back on".

Bem-humorado, tinha reputação de dominar completamente a platéia de seus concertos, sempre lotados. Gostava também de cantar "kolohe", espécie de cantigas de escárnio havaianas, com as quais arrancava risadas dos nativos. Sua gravação única --única-- de "Somewhere Over The Rainbow" é de "Facin Future", disponível na Amazon.

No meio de "Rainbow", IZ cita partes de "What a Wonderful World". Difícil discordar.





copyright do Sergio Davila, que eu não sou doida de copiar texto e não identificar quem escreve.

24.9.01

Tava lendo o blog do Expe e sou citada nele! hoje num drumo!

Aí lembrei de falar da morte do Renato Russo.
Era véspera do meu aniversário. Eu trabalhava na Rádio Cidade, era de manhã cedo, quando alguém chegou falando que o renato tinha morrido de overdose. Ninguém na gravadora dele dizia coisa com coisa, ouvintes ligando, tudo confuso. Lembro de correr para falar com o locutor, e o corredor da minha sala para o estúdio parecia enorme...
Então começou a aparecer na tv que ele tinha morrido de aids, o que era um absurdo, renato russo com aids e ainda por cima morto, baixou uma tristeza imensa em todo mundo. E só tinha uma música do disco novo tocando na rádio, pq a gravadora só tinha mandado um single com a música de trabalho. Uns dias antes eu tinha comprado o disco novo - A Tempestade ou O Livro dos Dias - e precisei ir para casa na hora do almoço para pegá-lo, pq de noite ia ter um especial com a banda: o último disco tocado de cabo a rabo.
Nessa noite não falei com o Fred. É muito chato ser portadora de más notícias. Imagina deixar esse recado na secretária eletrônica: "Oi, só tou ligando para dizer que o Renato Russo morreu. Me liga quando chegar em casa". (Claro q eu ia dizer de uma forma mais delicada, mas a mensagem, no fundo, seria essa).
Não, eu não queria falar nada, comentar o fato doloroso de nunca mais ter um cd novo do legião para ouvir.
Uns dias depois, chegou uma carta dele (eu não tinha micro, ainda) contando que conheceu o cara, que tinham amigos em comum e eram macacas de auditório do morrissey. E que acabou sendo entrevistado para falar do legião num programa de rádio de um amigo, cujo nome me foge agora. Aí eu fiquei besta: Fred era amigo do Renato e eu nem sabia.

Daquele dia ficou o pasmo, e o renato escapando das mãos da gente feito areia.

21.9.01

preciso dizer isso: este relógio do blogger não corresponde à minha vida real. são 9 e 57 da manhã.

Um quase-crássico

O nome dele não é Luca, mas vive no segundo andar.
É meu vizinho, um menino em torno dos 10 anos. Ele é só um menino comum, pelo que dá para notar numa convivência oi-oi. Aparentemente tá tudo bem: tem a mãe, o padrasto, uma senhora cuja ligação com a família é vaga para mim, uma empregada e uma menina pequena que aparece às vezes e chora alto.
Mas é que a mãe dele grita muito com ele. É fulano isso e fulano aquilo o tempo todo. Vá tomar banho, saia desse chuveiro que está atrasado para a escola, não vai jogar bola não que eu já disse, cala a boca, fulano!
Dá para ouvir tudo aqui de casa, e dá uma certa raiva, às vezes. Mas não me meto.
Vim aqui para falar que a família dele é estranha. Tá bom, no mínimo, peculiar.
Outro dia, 3 da manhã, acordei para fazer xixi. E o meu banheiro é de frente para a área de serviço deles: as mulheres estavam lavando roupa no tanque e conversando. Isso às 3 da manhã de um dia qualquer. Amado Marido já me disse que isso não é novidade. Antes da gente casar ele já morava aqui, e diz que cansou de ver a senhora de idade lavando roupa em horários escusos.Sei não. Senhoras costumam ter insônia, mas papear e lavar roupa de madrugada? Como diria meu pai, Vôte!

Ando tendo sonhos esquisitos, o que não é novidade.
Mas esse de ficar num quarto de hotel que tinha vista para um açude meio seco meio em obras vai dar o que falar na terapia.

ah, esqueci: não se falam coisas íntimas na internet. Então o que diabo estou fazendo neste blog?


Não sou muito lenta para modas, mas só agora estou vendo o que o Kazaa pode fazer. trilha sonora de beetlejuice, aí vou eu!

carta de intenções

eu juro que um dia desses:

vou aprender francês
vou melhorar meu espanhol
vou deixar de ter preguiça de ler em inglês
vou arranjar um emprego
vou mandar certas pessoas de vez para aquele lugar
vou arranjar uma noiva para atum ter filhotes
vou comprar um vestido vermelho
vou aprender um pouco de html

Bão.
Não falei que finalmente peguei meu passaporte!
Pois estou devidamente passaportada com uma foto horrível (fred disse que tinha uma qualidade etérea e gótica. quando questionado, admitiu: eu tava parecendo um fantasma)

Nesse dia mesmo fui ver A.I. e tenho diversas opiniões. Mas não vou dizer agora. O fato é que, qdo encontrei com fred na porta do cinema, o pobre morria de fome e comeu uma pipoca média sozinho. Eu não quis nada pq tinha ingerido um bilhão de calorias, na chaika, com o infame waffle com sorvete. feliz da vida. voluptuosa. como lúcia comendo quindim. e ainda comi o waffle na frente de uma magrela cor de fórmica que mastigava uma salada com cara de eterna dieta.

pequenas crueldades me fazem sentir viva.

20.9.01

Tou apanhando aqui! Bem, o Desembucha parece mais simples pq meu ingrês tá mais enferrujado do que fusca 68 em ferro velho. Vai custar um pouco para a fluência na leitura voltar, além de passar a preguiça que é muita. Meus tempos de Cultura Inglesa vão longe...
Além do quê, eu quero, preciso, necessito urgentemente aprender htlm básico para poder dar uma cara decente a este blog que está muito franciscano.

Crássico número 1:


Minha primeira vez no Maracanã
dezemvbro/99

Náutico e Fluminense no Maracanã. Já no caminho vai dando um negócio no estômago.
Ao meu lado, Fred já se transforma no Torcedor. Muito calado,segura minha mão e eu só posso imaginar o que vem pela frente.
A chegada ao estádio lembra um show de rock: gente, muita gente, mais gente e camelôs vendendo de tudo, só que no show todo mundo torce para um time só. Aqui, eu sou uma alvi-rubra no meio de torcedores adversários.
Os ingressos foram caros, o que até agora eu não entendo. Não vou ver o estádio em sua glória, afinal, é apenas um jogo da série C, com o estádio parcialmente interditado, sem arquibancada e com uma parte das cadeiras liberada. Para mim, 30 reais é preço de show no Centro de Convenções.
Mesmo com tanta restrição, o Maracanã impressiona. Tem aquela mitologia, e mesmo em reforma ele é bonito, grandioso (até durante o jogo dava para ouvirbarulho de operário trabalhando). Vamos chegando nas cadeiras: fila grande, torcedores baruhentos, crianças com o uniforme do Flu, elevador. Quando nos sentamos, o jogo já havia começado.Meu walkman só pega estática e um programa religioso. Eu e Fred mais adivinhamos do que vemos o jogo: percebe-se qual time ataca e qual defende, mas os detalhes só deus sabe.A torcida reagindo ao jogo é impressionante. De repente todo mundo grita ao mesmo tempo a mesma coisa, e não dá para ver onde começou. E olha que não é um jogo de estádio lotado, quando chega a tremer a arquibancada com a torcida se manifestando. Cantam "A bênção, João de Deus", o hino do Papa. Eu não entendo nada, penso que algum jogador chamado João fez uma boa jogada. Em casa, Fred explica que é tradição da torcida tricolor cantar esse hino e por isso é chamada de torcida de Deus.
De repente, gol do Fluminense e todo mundo fica desvairado. Eu, alvi-rubra e sofredora por definição, só mexo os olhos. Falo baixinho, vai empatar. Fred grita, agita as mãos, bate palmas. Mulheres beijam os namorados, crianças agitam bandeiras, homens xingam mais um pouco.Acaba o primeiro tempo. O placar não dá o tempo de jogo, e por um instante, quando tudo pára, a gente não entende o pq.
Intervalo.
Os vendedores de refrigerante, água, mate, pipoca e cachorro quente, q já andavam prá cima e prá baixo durante o jogo, fazem a festa. Eu observo: todo mundo comenta o jogo e fala mal do juiz. Atrás de mim um rapaz comenta: tá um a zero, tá bom, pode acabar agora!
Segundo tempo: o Fluminense entra em campo, todo mundo canta o hino do clube. Lá vem o Náutico, confusão na área, fui ver, era gol. Silêncio e uma rede balançando. Eu mordo a boca, que não sou doida de gritar no meio da torcida inimiga. Não vejo uma bandeira do Náutico sequer. 1 a 1. O clima ao redor é outro. Os jogadores, pequenininhos, o campo, imenso e o povo irritado, querendo raça. Para eles, o juiz é paulista e rouba todas as faltas para o adversário. Pênalti para o Fluminense, alegria no Maracanã.
Eu paro de observar e vou torcer, quieta, para o jogador errar o gol. A torcida grita incentivando, é uma coisa. Futebol no estádio é uma emoção danada, infinitamente melhor do que ver em casa. No estádio a gente faz parte. Na frente da tv só dá para assistir. Gooooooooooool do Fluminense. lá em baixo, a geral começa a dançar de alegria. Eu insisto, bem baixinho: vai empatar, vai empatar.O meu time perde um gol e mais outro. Tento disfarçar, mas o sorriso aparece, vai, mostra para eles, empata esse jogo, vira esse placar, fico rezando. Aperto a mão de Fred, ele ri e me abraça. O Fluminense perde chances de gol. Um gol tão fácil que a torcida se irrita e começa de novo a xingação. O juiz avisa, 2 minutos de acréscimo. Eu penso que em Recife o Náutico devolve o placar. Por todo lado gente agoniada gritando acaba, acaba. Futebol no estádio é assim: não tire o olho do campo que não tem replay. Você se distrai e já era. Pois é, já era: o juiz apita, acabou o jogo. Todo mundo vibra com a vitória.
Dessa vez a gente desce pela escada que a fila do elevador tá muito grande. Estamos cercados por comentaristas e técnicos, que dão gritando a opinião sobre o jogo. Na saída, chove muito. Fred tá feliz da vida. Eu adorei ver jogo no estádio, e digo que na próxima vez a gente vai torcer pelo mesmo time, para eu poder gritar também.

Testando, um dois três, gravando...
meu deus, eu vou ferrar a conta de luz aqui de casa agora que descobri os blogs - meus e dos outros.

Bom, eu vou começar com os crássicos: os textos do maracanã, da fita de limpeza, a belíssima carta anônia do caio fernando abreu...

Desisti do Desembucha e tou tentando fazer blog por aqui. Vamos ver no que é que dá. Enquanto isso, tenho os posts arquivados...